Reedição de uma história simples e comovente, contada através das cartas que um rapazinho de onze anos escreveu a Deus. Essa criança sofre de cancro.
Na primeira carta a Deus, Óscar diz:
“ Chamo-me Óscar, tenho dez anos, peguei fogo ao gato, as cão, à casa ( acho que até grelhei os peixes vermelhos) e é a primeira carta que te mando porque dantes, por causa dos estudos, não tinha tempo.
Desde já te aviso: detesto escrever. É mesmo preciso ser obrigado. Porque escrever é grinalda. Pompom, rendinha, fita, et cetera. Escrever é apenas uma mentira que ornamenta. Uma coisa de adultos.
A prova? Olha, por exemplo o princípio da minha carta: «chamo-me Óscar, tenho dez anos, peguei fogo ao gato, as cão, à casa (acho que até grelhei os peixes vermelhos) e é a primeira carta que te mando porque dantes, por causa dos estudos, não tinha tempo.» Podia também ter dito: «Chamam-me Cabeça de Ovo, pareço ter sete anos, vivo no hospital por causa do meu cancro e nunca te dirigi a palavra porque nem sequer acredito que existas.»
Mas escrever isto não fica bem, vais interessar-te menos por mim. E eu preciso que tu te interesses.”
Óscar e a senhora cor-de-rosa
Eric-Emmanuel Schmitt
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