Foi a Lagos que chegou Nuno Tristão, em 1441, com escravos do Saara. E nesta povoação realizou-se o primeiro mercado de escravos da Europa, na casa das arcadas (Praça Infante D. Henrique). Portugal foi o primeiro país, nos tempos modernos, a começar com este negócio e o último a abandoná-lo. O comércio de escravos foi, sem dúvida, a face mais negativa dos Descobrimentos e como muitas vezes estas questões são omitidas, é necessário divulgá-las.
01 dezembro 2006
Mercado de Escravos
Foi a Lagos que chegou Nuno Tristão, em 1441, com escravos do Saara. E nesta povoação realizou-se o primeiro mercado de escravos da Europa, na casa das arcadas (Praça Infante D. Henrique). Portugal foi o primeiro país, nos tempos modernos, a começar com este negócio e o último a abandoná-lo. O comércio de escravos foi, sem dúvida, a face mais negativa dos Descobrimentos e como muitas vezes estas questões são omitidas, é necessário divulgá-las.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
O NAVIO NEGREIRO
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
(Castro Alves - in "O navio negreiro")
Buona settimana, k. Baci, s. :)
Enviar um comentário