« Paul Lambert estava sentado quando apareceu uma menina coberta de farrapos, descalça mas com uma flor no fundo da trança. Trazia um prato de alumínio cheio de arroz e de legumes. Pousou-o à frente dele, juntou as mãos à altura da testa, num gesto de saudação indiana, inclinou a cabeça, sorriu e desapareceu a correr. "Dei graças a Deus por aquela aparição e por aquela refeição que me foi oferecida por irmão desconhecidos. No fundo daquele quarto escuro, parecia-me que tudo assumia uma dimensão especial. Depois comi, à maneira deles, com os dedos. O contacto dos dedos com os alimentos fez-me aperceber que a comida não é nem uma coisa morta, nem uma coisa neutra, mas um dom da vida"».
In La Città della Gioia - Dominique Lapierre
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