Nesta deslocação a Portugal, o líder espiritual tibetano não tem prevista qualquer visita ao Santuário de Fátima, ao contrário do que aconteceu na sua visita a Portugal em 2001.
É caso para dizer... grande novidade! Senão, releiam abaixo o que despoletou a última visita do Dalai Lama a Fátima... que tristeza!
O líder espiritual tibetano defende a harmonia entre as diferentes tradições religiosas...mas ao que parece o mesmo não acontece com a hierarquia da Igreja Católica... repito hierarquia!
"O SANTUÁRIO de Fátima vai mudar de estatuto por imposição directa do Vaticano, que pretende restringir este local ao culto exclusivo dos católicos. Fátima poderá mesmo passar a ter um delegado permanente da Santa Sé com a tarefa de «vigilância teológica», soube o EXPRESSO junto de fontes eclesiásticas.
O assunto vai ser discutido na próxima assembleia plenária dos bispos, marcada para os dias 24 a 27 de Abril. Fátima está classificada como santuário diocesano, sobre o qual apenas tem jurisdição o bispo - neste caso de Leiria-Fátima - e um reitor, designado por este prelado. A intenção de Roma é que o maior santuário português passe à «categoria» de nacional - passando a ser gerido e coordenado pela conferência episcopal (CEP). De acordo com o Código de Direito Canónico, a alteração estatutária de qualquer santuário tem de ser avalizada pelo plenário dos bispos, último passo para este processo, que será, então, tomado em Abril.
Na base desta alteração, está, segundo o que o EXPRESSO apurou junto de várias fontes da hierarquia, o facto de o actual reitor ter aberto o santuário à devoção de outras confissões religiosas. Foi o caso, em 2001, da visita do Dalai Lama a Fátima - que rezou na capelinha das aparições - e, mais recentemente, da realização de um congresso ecuménico sobre os santuários nas várias religiões e a visita de um grupo de hindus à Cova da Iria, em 2004. Estes casos desagradaram a Roma e o cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI e então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, exigiu explicações ao bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva.
Recorde-se que Bento XVI foi um dos ausentes na primeira reunião ecuménica promovida por João Paulo II, em Assis, em 1986, e que defende a restrição dos locais de cultos católicos a manifestações da Igreja e que, em Itália, os santuários têm a presença permanente de um delegado da Santa Sé.
Mário Robalo - Expresso
2006-02-13
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