Vários milhares de militantes anti-globalização reuniram-se hoje em Nairobi para o lançamento do 7º Fórum Social Mundial (FSM), que é realizado pela primeira vez em África.
Numa atmosfera festiva, cerca de cinco mil pessoas desfilaram de Kibera, um dos maiores bairros pobres de África, até ao centro da capital queniana, o parque Uhuru, a oito quilómetros de distância.
A cerimónia oficial de abertura foi pontuada de discursos e concertos e teve lugar ao início de tarde neste parque, onde os manifestantes, provenientes principalmente da África, da América Latina e da Europa, dançavam ao sol.
"É uma ocasião extremamente importante. Nós combatemos a pobreza, a ignorância, a corrupção, a exploração", declarou à multidão o primeiro Presidente da Zâmbia independente, Kenneth Kaunda, que participou na marcha de protesto.
O grande encontro anti-globalização, que decorrerá até quinta-feira e onde são esperadas cerca de cem mil pessoas, pretende ser o contrapeso ao Fórum Económico Mundial a realizar na próxima semana na estância suíça de Davos.
À frente da marcha, em Nairobi, um cartaz anunciava que é "possível construir um mundo diferente".
A iniciativa do FSM pela primeira vez em África marca a vontade de uma aproximação a este continente, particularmente atingido pelas consequências da globalização mas frequentemente ausente, por falta de meios.
"A África é o grande exemplo da exploração dos seres humanos e dos recursos", considerou Patricia Murray, representante da organização ecologista Loreto, com sede na Irlanda.
Os problemas recorrentes sobre o continente africano estarão no centro das atenções do 7º FSM, que se debruçará nomeadamente sobre a luta contra a sida, o peso da dívida, a soberania alimentar e a necessidade de acordos de comércio.
Entre as personalidades esperadas no evento figuram a queniana Wangari Maathai, prémio Nobel da Paz 2004, Winnie Madikizela Mandela, ex-mulher do antigo Presidente sul-americano Nelson Mandela, e o sindicalista francês José Bové.
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