22 janeiro 2007

Abbé Pierre

Abbé Pierre faleceu aos 94 anos
Figura singular da Igreja, o fundador da Comunidade Emaús foi um verdadeiro «apóstolo dos pobres»

O Abbé Pierre, fundador da Comunidade Emaús, faleceu esta segunda-feira no hospital parisiense de Val-de-Grâce, onde se encontrava desde o passado dia 14. Heni Grouès, o “Abbé Pierre”, era o quinto filho de uma família de cinco rapazes. Nasceu no dia 5 de Agosto de 1912 em Lyon. Quando tinha 15 anos, no decurso de um congresso de jovens cristãos em Assis, sentiu “a emoção indescritível” da revelação.
Em 1938 entrou no convento dos Capuchinhos, onde passou a chamar-se "Padre Filipe".
Trabalhou na catedral de Grenoble e na Alsácia, antes de se empenhar na Resistência durante a II Guerra Mundial – período em que ajudou muitas pessoas a fugir para a Suíça, sendo conhecido, na resistência, como "Abbé Pierre".
Em Novembro de 1949 fundou a associação Emaús, uma comunidade que se consagra à construção de casas provisórias para sem-abrigo, financiada pela revenda de objectos de recuperação.
O Movimento de Emaús abarca hoje 84 comunidades em que vivem e trabalham mais de quatro mil pessoas, em trinta países dos cinco continentes.
Comendador da Legião de Honra, o Abbé Pierre foi uma personalidade que muitos franceses apreciavam pelo seu compromisso com os mais pobres.
“Não coloquem sobre o meu túmulo flores ou coroas, mas tragam-me listas de milhares de famílias, de crianças pequeninas às quais tenham dado as chaves de uma verdadeira casa”, era um dos seus desejos.
O Cardeal Godfried Danneels, Arcebispo de Bruxelas, escreveu numa mensagem a respeito da morte do Abbé Pierre que estamos na presença de um “gigante da misericórdia”.
“Para lá das particularidades religiosas ou filosóficas, ele lembrava a cada um de nós o nosso dever de humanidade”, aponta.
Para a história fica o apelo do Abbé Pierre, no Inverno de 1954, a uma “insurreição da bondade”. Ao longo da sua vida, foi uma voz dos que não tinham voz e nunca cansou de criticar as condições precárias de habitação de milhões de pessoas e a “praga da indiferença”.
As cerimónias fúnebres decorrerão na Catedral de Notre Dame. Raymond Etienne, presidente da Fundação Abbé Pierre desde 1993, pede que as pessoas não levem flores, seguindo o desejo do religioso, mas “utilizem o dinheiro para defender a causa dos mais desfavorecidos”.

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=41769

Comunidade Emaús
Quinta das Lages - Caneças
1675 Caneças
Tel. - 219800038

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