Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny (1923 - 2006)
Foi ontem no Frágil - Poesia
Rogério Samora, Gabriel Gomes & Rodrigo Leão, a Naifa, JP Diniz
2 comentários:
O teu blog está simplesmente lindo!!Fabulástico!!
PALAVRAS
(...)
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
(...)
(M. Cesariny, de "You are welcome to Elsinore")
Grazie...
s.
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