04 dezembro 2007

Cortiça


Os Correios de Portugal emitiram o primeiro selo de cortiça do mundo. A emissão, constituída por um único selo inteiramente produzido em cortiça, é feita como evocação do sector corticeiro português, cuja importância para a economia nacional vem do facto de fazer do nosso país o maior produtor e exportador mundial de cortiça.

O lançamento do Selo de Cortiça foi feito na quarta-feira, dia 28 de Novembro, às 12h30.

O selo tem o valor facial de 1 euro e terá uma tiragem de 230 mil exemplares. Foi desenhado por João Machado e fabricado em papel de cortiça auto adesivo.

A cortiça e os sobreiros, que lhe estão na origem, são verdadeiros símbolos nacionais.Portugal é hoje o líder mundial na produção, transformação e exportação da cortiça. Quaisquer que sejam os números evocados, Portugal aparece sempre como líder mundial no que diz respeito à produção corticeira. É no nosso país que se situa a maior área de sobreiros do planeta, com 737 mil hectares, correspondentes a 32,5% de toda a área plantada com estas árvores no mundo. As plantações de sobreiros, que adornam sobretudo a paisagem alentejana, representam 23% de toda a floresta nacional.
Portugal produz mais de metade de toda a cortiça mundial, mais exactamente 54%. A quase totalidade desta produção, 90%, destina-se ao mercado externo. A importância económica desta produção traduz-se nos 900 milhões de euros de produtos fabricados em cortiça exportados anualmente. O sector rolheiro tem a parte de leão nestes números: a ele se devem 75% das exportações.

Por tudo isto se diz da cortiça que é uma das mais importantes embaixadoras de Portugal.
Ela leva o nome do país aos cinco continentes e até ao espaço e colocou Portugal na vanguarda do conhecimento e investigação em cortiça.
Daí a responsabilidade portuguesa na protecção e promoção deste nobre produto da floresta mediterrânica.

A cortiça é a casca do sobreiro, um produto natural renovável, reciclável e bio degradável. A Quercus suber L., que a mãe natureza plantou essencialmente a sul de Portugal, dá corpo à identidade da paisagem alentejana. Lar de uma infindável variedade de espécies animais e vegetais, o montado de sobro, na sua multifuncionalidade, evita a desertificação do sul do país - região seca e de terrenos delgados - ao reduzir a erosão dos solos e ao contribuir de forma ímpar para a economia local. O montado e a cortiça que produz é, também, capaz de fixar o dióxido de carbono, o principal responsável pelo aquecimento global do planeta.

Preservado por reis e governantes, desde os primórdios da nação até aos dias de hoje, o sobreiro foi sempre protegido na legislação nacional. É nas cartas de D. Dinis, no século XIII, que surgem as primeiras referências ao sobreiro e à cortiça. Sendo a partir do século XIX que se inicia a exploração no montado como a conhecemos actualmente.

De aspecto rude, mas muito agradável ao tacto, a cortiça possui características únicas: leve, impermeável a líquidos e a gases, compressível, elástica, um excelente isolante térmico, acústico e vibrático, e resistente ao atrito. Capaz de servir para os mais variados fins, desde a construção à industria automóvel e aeronáutica, é na rolha de cortiça que encontra o seu produto mais conhecido.
Por razões históricas ligadas à proximidade da produção do vinho do Porto, a indústria fixou-se, essencialmente, no Norte, mais especificamente no Distrito de Aveiro, região que, até aos nossos dias, é o centro mundial da transformação e comércio da cortiça.

E esta hein? Não sabiam do meu gosto por filatelia!!! :)

1 comentário:

Anónimo disse...

um selo de cortiça? não sabia! tenho qu ter um para a colecção! :)
baci
s.